O silêncio, por vezes, se torna o mais aterrorizante dos gritos

artigo por Diógenes Martins Munhoz

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São Paulo, 11 de julho de 2025 – Que iríamos passar por uma segunda pandemia, após a do COVID-19, ninguém tinha dúvida, inclusive a própria OMS (Organização Mundial da Saúde) já apontava que, com o fim da primeira pandemia a saúde mental estaria em foco principal e frágil nos principais países do mundo, afinal nossa geração não sairia ilesa com relação a todos os desdobramentos negativos que são naturais após guerras, pandemias ou catástrofes de ordem mundial, e hoje, infelizmente, cá estamos. Vivemos em um mundo tão acelerado e superficial que naturalmente a conta de tal velocidade iria chegar, para você leitor ter uma ideia do que estou escrevendo, atualmente não conseguimos (e me incluo neste observatório) escutar áudios de aplicativos de mensagens em velocidade 1x, principalmente se tal mensagem ultrapassar 1 minuto, aí sim, é praticamente impossível.

Consumimos informações de tal maneira e voracidade que, segundo ditos populares atuais, um romano na época do império consumiria durante sua vida toda. Mas como ter o senso de desacelerar e mesmo assim continuar atual e saudável, pois bem, a resposta é tão simples e antiga que os próprios romanos já conheciam e praticavam muito bem….” ascolta e parla”, ou seja, ouça e depois, só depois fale!

Buscamos incansavelmente o sucesso contemporâneo para que nos reconheçam como líderes em plena ascendência, porém não percebemos que as pessoas a nossa volta (e nós também) se encontram tão carentes de atenção e audição que não conseguimos mais doar a essas pessoas as duas coisas que temos de maior valor na atualidade…audição e atenção, e aí está a chave da plena liderança e do acolhimento aos que têm necessidade desse acolhimento.

Faça um teste à sua volta e doe esses dois valorosos presentes a uma pessoa que venha conversar com você e perceba que naturalmente você se tornará um líder, e isso é de extrema urgência e necessidade, estamos carentes de líderes simples e com uma audição compassiva.

Para aquele que quebra o silêncio, extravasa dor, aflição, sofrimento e como todos nós sabemos em uma máxima, “quando você não fala o sofrimento não vai embora”.

Pois bem meus queridos leitores, nos tornemos líderes simples e compassivos, ouçamos aqueles que estão à nossa volta durante o dia a dia, afinal os primeiros tratamentos para quaisquer transtornos de humor ou personalidade sempre caberão em um simples abraço, ou mesmo em um singelo sorriso.

Diógenes Martins Munhoz é coronel do Corpo de Bombeiros e Doutor em Ciências Policiais pelo Centro de Altos Estudos da Policia Militar de São Paulo

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