A Petrobras anunciou um reajuste de R$ 0,22 no preço do diesel A para as distribuidoras, válido a partir deste sábado (1). Com a alteração, o preço médio do diesel A nas distribuidoras passará para R$ 3,72 por litro. Essa mudança também impacta o preço do diesel B, que, após a obrigatória mistura de 14% de biodiesel, pode levar a um aumento de até R$ 0,19 na parcela da Petrobras para o consumidor final. Assim, o preço do diesel B nos postos pode alcançar R$ 6,36, caso o reajuste seja integralmente repassado.
Este é o primeiro aumento desde outubro de 2023, quando a Petrobras havia reduzido o preço do combustível. O reajuste ocorre em meio a uma alta também prevista no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que deve encarecer o diesel em mais R$ 0,06 por litro. Juntas, essas alterações podem resultar em um aumento de R$ 0,25 no preço final do diesel para o consumidor, segundo estimativas da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Impacto direto e indireto do reajuste
Embora o diesel tenha um impacto direto modesto no orçamento das famílias — comprometendo apenas 0,23% dos gastos domésticos, conforme estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) — o aumento não deve ser sentido apenas por quem utiliza veículos a diesel. O combustível é essencial para o transporte de mercadorias e produtos, e isso acaba impactando toda a cadeia produtiva, com reflexos significativos no preço final de alimentos e outros bens essenciais.
Especialistas em economia alertam que o reajuste do diesel poderá agravar a já crescente inflação de alimentos. O preço do diesel afeta diretamente os custos de logística e frete, que representam uma parte significativa do custo de produção e distribuição de alimentos. Além disso, o aumento do diesel pode influenciar o preço de serviços e até mesmo a energia elétrica, uma vez que o combustível é utilizado em usinas termelétricas.
Preocupação com os preços dos alimentos
O reajuste do diesel ocorre em um momento delicado para a economia brasileira, especialmente no que diz respeito à inflação dos alimentos. Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, apontou uma alta de 0,11%, com alimentos e bebidas liderando o aumento, registrando um crescimento de 1,06%. Economistas apontam que esse aumento nos preços dos alimentos pode continuar, principalmente devido ao impacto dos custos de transporte que, agora, se tornam ainda mais onerosos com o reajuste do diesel.
Projeções de inflação em alta
As projeções de inflação também refletem o impacto desse reajuste. A consultoria LCA, por exemplo, elevou sua estimativa para a inflação de alimentos em 2025, passando de uma alta de 6% para 6,4%. A LCA também indicou que o impacto do reajuste no diesel pode adicionar 0,22 ponto percentual ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país.
A elevação nos preços do diesel tende a pressionar ainda mais a inflação, especialmente em setores que dependem do transporte para a distribuição de bens, como alimentos, energia e serviços. O efeito desse aumento será mais notável em produtos da cesta básica e em outros itens essenciais, colocando mais desafios para os consumidores.





