Uma vitória surpreendente do Botafogo sobre o todo-poderoso Paris Saint-Germain (PSG), campeão europeu, ecoa muito além dos gramados. Esse resultado inesperado, onde a estrela solitária brilhou mais forte que o constelado elenco parisiense, oferece uma analogia riquíssima para o universo da política, deixando uma lição cristalina: a soberba não ganha jogo .
No esporte, assim como na política, a presunção de vitória pode ser o mais perigoso dos adversários. O PSG, com sua constelação de talentos e um orçamento astronômico, provavelmente entrou em campo com a certeza da vitória. Essa autoconfiança excessiva, que beira a arrogância, pode levar ao relaxamento, à subestimação do oponente e à falta de foco. O Botafogo, por sua vez, um tempo que muitos consideravam azarão, provavelmente bordou uma partida com humildade, garra e um plano de jogo bem definido, explorando as vulnerabilidades do gigante. A dedicação, a união e a crença na capacidade coletiva superaram a individualidade e o brilho isolado.
O Poder da Humildade e da Estratégia
Na política, o paralelo é gritante. Partidos ou candidatos que se julgam invencíveis, baseando-se em pesquisas desenvolvidas, popularidade momentânea ou um histórico de vitórias, corrigem o risco de cair na mesma armadilha do PSG. A sobriedade pode levar a discursos vazios, a promessas desconectadas da realidade e à negligência das verdadeiras necessidades da população. O “adversário” político, muitas vezes subestimado, pode estar construindo sua base com trabalho de formiguinha, ouvindo as demandas populares e articulando alianças estratégicas.
Assim como o Botafogo, o político ou o grupo que envelhece com humildade, que limita suas limitações e que está disposto a aprender e a se adaptar, tem maiores chances de sucesso. A estratégia bem elaborada, a capacidade de ouvir e virar de se conectar com as bases, a resiliência diante dos desafios e a clareza nos ideais, mesmo em desvantagem aparente, são atributos que podem poder o jogo.
A Força do Coletivo e a Derrota do Individualismo Exacerbado
A vitória do Botafogo também ressalta a força do coletativo sobre o individualismo exacerbado. Enquanto o PSG, com suas estrelas, talvez dependesse em demasia de lampejos isolados, o time carioca declarou um entrosamento notável, onde cada jogador cumpriu seu papel em prol de um objetivo comum.
Na política, líderes que se colocam acima do coletivo, que centralizam todas as decisões e que desconsideram a importância do trabalho em equipe, tendem a enfrentar mais dificuldades. O sucesso duradouro na vida pública, assim como no futebol, muitas vezes depende da capacidade de construir pontes, de agregar diferentes visões e de valorizar a contribuição de cada membro da equipe. A soberba, ao isolar o líder e sua visão, enfraquecer o conjunto e fragilizar a governança.
Em suma, a epopeia do Botafogo contra o PSG serve como um lembrete vívido: a soberba é uma armadilha perigosa, tanto nos gramados quanto nos corredores do poder. A humildade, a estratégia bem definida, o trabalho em equipe e a capacidade de aprender com os erros são os verdadeiros pilares da vitória, seja ela em um campo de futebol ou na complexa arena da política.





